Novidades de SL Paraitinga

Amigos,

Tentarei ser breve!

Fui a SL Paraitinga.

Andando pelas ruas, me senti como num velório de pessoas queridas. A todo momento tendo de conter as lagrimas.

A cidade esta destruída. (fiz um video, postei sem cortes). http://www.youtube.com/watch?v=joeyudAmwY8

Pior situação está na praça onde onde existia a matriz!

Forum, cartorio, prefeitura e as quatro padarias da cidade foram inundadas. Tudo destruído.

Fomos ao bairro do Pimenta. Distante da cidade, fomos levar cerca de 600 pães com mortadela (ontem a estrada tinha sido desobstruída e a defesa civil já havia passado). Nos dias anteriores, a comida havia chegado a pé e apenas pelas mãos do nosso grupo.

Alem dos casarões, a economia da cidade está em colapso. Não existe dinheiro circulando.

Foi restabelecido serviço de água e luz em parte da cidade.

Conseguimos um Helicóptero do Exército para abastecer o bairro do Rio Abaixo que ainda está com todas as estradas obstruidas.

Hj estavam instalando o poupatempo móvel, caixa bancária, e uma tenda da SABESP com agua potável.

Encontrei pessoas com quentinhas ( Significa que, felizmente, o quadro mudou! Pelo que vi e conversei, já não há pessoas com fome na cidade, a pequena estrutura que ajudamos a montar somada à ajuda externa, enorme e desorganizada, está atingindo satisfatoriamente seus objetivos)

Penso que um grande problema ainda está nos bairros mais distantes da zona rural, no abastecimento dessa população. Por este motivo doações ainda são necessárias.

Encontrei muitos amigos cobertos de barro. Ajudando a limpeza de casas e da cidade.

O mais comovente foi encontrar com uma menina da idade de minha filha (5 anos), de uma familia muito humilde e que teve sua casa submersa pelas águas e perdeu tudo do pouco que tinha. O pai revelou que a menina estava muito triste e até chorou porque havia perdido todas as suas bonecas.

Encontrei tratores, poucos, que estão retirando o tudo que um dia era útil e virou entulho.

Além de constatar que a população não passa mais fome, o que mais me tranquilizou foi falar por 15 minutos com Dona Cinira.

Para minha surpresa, ela está bem emocionalmente, melhor do que eu estou. Fisicamente também, seu quadro não se agravou diante da catástrofe. Nada lhe falta. Aliás, posso dizer que sobram esperanças, confiança no seu povo. Está hospedada na casa de uma sobrinha! Dona Cinira, é claro, não quer sair da cidade de forma alguma.

Abraços

Luciano Dinamarco